Patrícia Schneider

     Nos últimos anos, nota-se um elevado aumento no número de adolescentes com transtornos alimentares. O corpo ideal e a beleza desejada são constantemente almejados, ocasionando maior sofrimento para quem não está ancorado no padrão de beleza vendido pela mídia e pela sociedade. Alguns adolescentes, desejando esse corpo ideal acabam desenvolvendo Bulimia. 
     Bulimia é um transtorno alimentar que se caracteriza por: episódios recorrentes de ingestão de uma grande quantidade de alimentos, em um curto espaço de tempo, seguido por um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o episódio e um forte sentimento de culpa; comportamento compensatório inadequado, com a finalidade de prevenir o aumento de peso, como a autoindução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos. Para se caracterizar Bulimia, a ocorrência de compulsões, deve ocorrer no mínimo, duas vezes por semana, no espaço de três meses (DSM-IV).
As pessoas bulímicas, geralmente apresentam uma baixa autoestima, são extremamente ansiosas e tem dificuldade de controlar seus impulsos, além de ter uma visão distorcida do próprio corpo.
     Existem dois tipos de Bulimia: purgativo e o não purgativo. O purgativo caracteriza-se pelo uso de métodos como o vômito induzido, o uso inadequado de laxantes e diuréticos para compensar a ingestão de grandes quantidades de alimento. O uso inadequado de laxantes pode causar problemas estomacais e digestivos, além de causar desidratação e falta de potássio no organismo. O não purgativo é aquele que usa métodos compensatórios como o jejum prolongado, ou ainda a prática excessiva de exercícios físicos, porém sem fazer uso da purgação e indução do vômito.
     É importante destacar que na Bulimia nem sempre a pessoa apresenta redução de peso, o que acaba dificultando o diagnóstico, por isso é importante prestar atenção nas mudanças de habito dos adolescentes. 

 

Patrícia Schneider 
Psicóloga